Se fosses Klimt…

Se fosses Klimt serias o autor desta belíssima tela chamada “Der Kus” – O Beijo.

O quadro, pintado entre 1907 e 1908 – no auge do seu período dourado – representa um casal enleado num beijo. O fundo varia entre o tom bronze e uma base florida, sobre o qual repousam os corpos dos amantes. Ele é representado deitado de costas com as mãos a segurar delicadamente a face dela e a cabeça sobre a dela, num beijo. O seu rosto é-nos velado deixando apenas ver o cabelo coroado por folhas verdes, possivelmente hera. Ela encontra-se ajoelhada e envolvida pelo corpo dele num abraço, segurando a mão dele.

Os corpos – com excepção das mãos e dos pés que surgem nús – são representados em vários tons de dourado – ele com o corpo coberto de um padrão repleto de pequenos rectângulos em tons sóbrios; ela com um padrão de símbolos circulares e linhas boleadas, em tons vivos e alegres. Das pernas dela descem ramagens douradas, semelhantes também a folhas de hera.

Com uma temática marcada pela sensualidade, este quadro retrata o pintor abraçado à sua amante. Alguns estudiosos afirmam que a mulher retratada é Emilie Floge, outros defendem que é uma das suas modelos – Red Hilda – representada em inúmeros dos seus quadros, como por exemplo em Danae.

O quadro, na sua profusão de padrões, apresenta fortes ligações com a Arte Nova e com o movimento Arts and Crafts. O uso do ouro na obra de Klimt denota a influencia que este autor sofreu ao tomar contacto com os mosaicos Bizantinos da Igreja de San Vitale, en Ravena.

Actualmente esta obra encontra-se depositada na Osterreichische Galerie Belvedere, em Viena de Áustria.

Lápis & Pincéis

Para te inspirares e fazeres esta actividade observa bem a imagem que te sugerimos – O Beijo, de Gustav Klimt.

Arranja uma folha de cartolina preta ou azul escura para a base do teu trabalho. Pega numa fotografia tua, recorta a tua cara e as tuas mãos e cola sobre a folha de cartolina. Pede ajuda a um adulto para que a distância entre a cabeça e as mãos seja proporcional.

Quando a colagem estiver bem seca começa a preencher a área do teu corpo com motivos geométricos, misturando desenho com colagens. Para diferentes áreas usa diferentes motivos, de forma a definir as formas sem usar uma linha de contorno.

Com lápis de cera, pastel, ou recortes em papel dourado podes criar pequenos motivos geométricos coloridos; com papel dourado podes ainda recortar superfícies irregulares, de forma a definires espaços, sobre as quais podes depois pintar mais círculos, ondas, rectângulos… Observa o exemplo que te mostramos nesta fotografia, para teres uma ideia de como pode ficar o teu retrato:

Material Necessário – Cartolina preta ou azul escura, 1 fotografia onde se veja bem a tua cara, 1 tesoura, 1 adulto, cola, papel dourado, lápis de cera ou lápis pastel.

Podes descarregar esta actividade aqui e podes também ver a página onde nos inspirámos para a realizar, aqui.

Constrói o teu castelo

Esta semana ensinamos-te a fazer o teu próprio castelo reciclando cartão. Para isso precisas de:

– 2 rolos de papel de cozinha; 4 rectângulos de cartão castanho (podes aproveitar uma caixa rectangular), 4 pauzinhos de espetada, pedaços de cartolina colorida

Para a execução vais precisar de: um adulto, um x-acto, uma tesoura, régua, lápis de carvão, marcador castanho ou preto e cola.

1. Pede a um adulto que te ajude a cortar os dois rolos de papel de cozinha ao meio com o x-acto. No topo de cada metade, em toda a volta, mede e marca com o lápis quadrados de 1 cm x 1 cm. Com a tesoura, corta-os alternadamente para fazer as ameias.

2. Nos rectângulos de cartão, corta duas peças de 10 cm x 28 cm e outras duas de 10 cm x 20 cm. No topo de cada uma, recorta alternadamente quadrados de 1 cm para fazer as ameias, iguais às que fizeste nos rolos.

3. Com a régua e o lápis, traça nas 4 torres e nos 4 cartões linhas horizontais simétricas. Depois, marca em cada uma pequenos traços verticais alternados, para fazer as pedras da parede do teu castelo.

4. Com o marcador desenha sobre as linhas a lápis as pedras. Faz alguns traços “tremidos”, para parecerem mais reais.

5. Para juntar as torre às muralhas, segue o exemplo da imagem abaixo. À distância de 1.30 cm de cada extremidade das muralhas pede ao teu adulto para fazer, com o x-acto, um golpe de cerca de 5 cm de cima para baixo. Nas torres, desta vez de baixo para cima, façam também 2 golpes em cada uma, de cerca de 5 cm, à distância de 5cm uns dos outros.

6. Para dar cor ao teu castelo, recorta nas cartolinas coloridas quatro bandeirinhas (podes fazê-las em formato recatngular ou triângulos “esvoaçantes”). Podes deixá-las simples ou desenhar  um escudo, ao modo dos antigos cavaleiros. Cola-as nos pauzinhos de espetada, e depois de secar, cola os pauzinhos às torres.

Agora, mãos à obra e diverte-te!

 

esta actividade foi traduzida do original apresentado aqui

Vamos construir um mosaico?

"Triunfo indiano de Baco", painel integrado no Mosaico das Musas - Torre de Palma - Século IV d.C.

O mosaico, termo com origem na palavra mouseîn que em grego significa próprio das musas, é uma técnica decorativa que consiste na aplicação, sobre áreas planas, de tesselas – pequenos cubos talhados a partir de vários tipos de materiais, tais como pedra, vidro, cerâmica, conchas ou metais nobres como o ouro e a prata – de forma a formarem o desenho pretendido, um pouco como se fosse um puzzle.

Para se obterem estes pequenos cubos coloridos o material utilizado era cortado em finas placas. No caso do vidro este era vertido em estado líquido sobre uma superfície lisa a fim de se obter o mesmo efeito. Posteriormente a pedra ou o vidro eram seccionadas em tiras e de seguida em cubos. A aplicação obrigava a uma cuidadosa preparação da superfície onde se pretendia aplicar o mosaico. As tesselas eram depois aplicadas sobre uma mistura de cal e pó.

O custo de produção do mosaico variava consoante o tipo de material aplicado, o tamanho das tesselas e o seu número por cm2, sendo tanto maior quanto menor fosse o tamanho das tesselas e maior o número de peças aplicado.

Esta arte, oriunda da Mesopotâmia, foi amplamente utilizado pelos romanos, não só como elemento arquitectónico usado para cobrir pisos, murais, fontes ou piscinas, mas também como elemento artistico ou decorativo dos espaços. Existem vários tipos de mosaico – Opus tesselatum – que variam consoante o tamanho das tesselas, o tipo de desenho representado e o local de aplicação:

Opus vermiculatum – utilizava peças muito pequenas o que resultava em desenhos de grande detalhe;

Upus musivum – mosaicos aplicados em murais;

Opus sectile – mosaico feito com tesselas de maiores dimensões e de tamanhos diferentes, podendo ser também conjugadas com a aplicação de placas em mármore;

Opus signinum – pavimento obtido através do refugo de tesselas e cerâmica misturada com cal. A alta resistência e durabilidade deste material possibilitavam a sua utilização como pavimento ou como revestimento de piscinas, tanques de salga, etc.

No final do império deu-se uma maior difusão dos mosaicos parietais em pasta vítrea que se adaptavam melhor às superfícies das piscinas, sendo mais resistentes à humidade.

A nível temático as representações criadas em mosaico contemplam desde motivos geométricos como cruzes, suásticas ou gregas; motivos florais, como as folhas de acanto; motivos marítimos, como golfinhos ou peixes; cenas mitológicas como o relato da episódios da vida dos deuses ou heróis ou simples cenas do quotidiano, como representações de cães à entrada da porta ou cenas do dia-a-dia.

Lápis & Pincéis

Esta semana sugerimos que tentes recriar um mosaico romano com cartolina e papeis coloridos.

Imprime as folhas com as fotografias dos mosaicos romanos e escolhe entre o cavalo ou o peixe.

Cola o mosaico seleccionado numa cartolina e deixa secar. Entretanto, escolhe de entre os teus papéis – lustro, manteiga, pardo, ou papel cavalinho pintado por ti com lapis de cera – aqueles que têm as cores que queres usar para fazer o teu mosaico.

Com a ajuda de um adulto vai cortando pequenos quadrados dos papéis coloridos, de forma a criares as “pequenas tesselas” e depois cola-as sobre os quadradinhos da fotografia. Usa pouca cola e trabalha de dentro para fora, para não sujares o teu trabalho.

Material Necessário – cartolina, 1 tesoura, 1 adulto, cola de papel, papeis variados, papel cavalinho e lápis de cera para criares as cores que te faltarem.

Também podes descarregar esta actividade aqui.

Noite Estrelada Sobre o Ródano

Este quadro, Noite Estrelada Sobre o Ródano, foi pintado por Vincent Van Gogh em 1888 e encontra-se actualmente em exposição no Museu d’Orsay, em Paris. O nosso Lápis & Pincéis desta semana desafia-te a que, inspirado nesta obra, tentes pintar a noite vista da tua janela, ou do teu lugar preferido, quem sabe também ele com vista para um rio…

Cobre a mesa onde vais pintar com folhas de jornal (para não a sujares) e protege a tua roupa com uma bata ou avental

Põe uma folha A3 de papel cavalinho sobre a mesa.

Com lápis de cera desenha os edifícios em toda a zona inferior da folha, deixando mais ou menos três quartos do espaço livre. Lembra-te que é noite, por isso usa cores escuras – preto, azul escuro, verde escuro, cinza escuro, castanho – e aproveita o amarelo e o laranja para desenhar as luzes da janelas das casas. Para os telhados usa vermelho claro.

Agora, com aguarela pinta todo o espaço livre da folha, até deixar de se ver branco. Mistura preto com azul, para fazer um céu realmente escuro. Para recriares as variações de luz que vês no quadro, vai misturando o preto com diferentes tons de azul – azul escuro, azul claro, azul céu – e vais ter uma noite ainda com mais cor!

Agora deixa secar um pouco, para depois passares às estrelas e à lua. Para isso usa branco, amarelo e laranja. Começa sempre por pintar a cor mais escura no centro da estrela, e vai rodeando esse centro com círculos de cor mais clara – por exemplo, pinta um pequeno ponto laranja, faz-lhe três ou quatro círculos de amarelo, e à volta destes mais uns sete ou oito de branco.
Para as estrelas sugerimos que uses novamente os lápis de cera. Vai ser engraçado misturares as texturas e vais ter mais brilho sobre a aguarela.

O truque final? Para dares ideia de movimento – seja vento sejam as estrelas a moverem-se no céu – aplica uma aguarela mais clara com muitas pinceladas curtas sobre a aguarela escura que representa a noite e dá liberdade aos teus movimentos.

Podes também descarregar a ficha desta actividade aqui.

A nobre arte da Aguarela

Bamborough Castle - William Turner

A aguarela é uma dificil técnica de pintura, que exige muito trabalho para que se obtenha o resultado pretendido, uma vez que qualquer erro é impossível de apagar ou corrigir e muito difícil de disfarçar.

A aguarela obtém-se a partir de pigmentos diluídos em água, que depois são “pincelados” sobre diversos suportes (madeira, papiro, pergaminho, tecido, tela..), sendo o mais comum o papel. Antigamente, os pigmentos eram moídos e misturados com goma arábica, glicerina ou mel que lhes aumentava a transparência e mantinha a humidade. Actualmente as tintas de aguarela apresentam-se em tubos, pastilhas ou frascos, sendo os pigmentos posteriormente dissolvidos em água para posterior aplicação.

Esta técnica milenar terá surgido na China há mais de 2000 anos. Foi introduzida na Europa ainda na Idade Média, mas apenas no século XVIII é que viu reconhecida a sua autonomia, passando a ser conhecida como a “Arte Inglesa”. De entre os mais famosos aguarelistas destaca-se William Blake, poeta que usou as suas aguarelas para ilustrar as suas obras.

Incontornável é também William Turner, a quem são atribuídas 19000 aguarelas, havendo historiadores de arte que consideram que estas tiveram tanta influencia na sua obra que o levaram a experimentar em óleo as sobreposições de camadas típicas da aguarela. Seria este o segredo que conferia às suas telas a luminosidade que as caracteriza.

Lápis & Pincéis:

Aproveita o fim-de-semana grande que se avizinha e observa bem a natureza à tua volta, quer estejas no campo, na praia ou na cidade. Olha bem para o céu, vê se está de um azul cheio e com um sol vibrante ou se, pelo contrário, tem algumas nuvens dispersas ou uma cor cinzenta intensa.

Procura um papel grosso e texturado (os papeis muito lisos não são bons para fazer aguarelas), um copo com água e tintas de guache ou de aguarela, bem como alguns pincéis de diferentes tamanhos.

Podes seguir duas técnicas:

  1. Humedecer o papel, deixando que as cores se espalhem livremente à medida que vão sendo aplicadas e permitindo que se misturem nesse momento.
  2. Ir colocando camadas de cores sobre papel seco, deixando sempre que entre uma e outra o papel seque totalmente. As cores e formas desejavas vão-se obtendo através da sobreposição que resulta em tons mais escuros.

Outra dica é usar diferentes tipo de materiais, como a cera e o pastel, que contenham a tinta em espaços determinados, de forma a melhor compor o desenho.

Podes também descarregar a ficha aqui.

Agora, mãos à obra!

Starry, starry night…

Esta semana, no Lápis & Pincéis, que também podes descarregar aqui, propomos-te a olhar, descobrir e sentir esta Noite Estrelada, pintada por Vincent Van Gogh em 1889.
Observa bem a imagem. Achas que esta é uma imagem realista do céu?
O que sentes quando olhas para ela?
Consegues ver a pequena cidade no canto inferior do quadro? Que edifício consegues facilmente reconhecer? E consegues identificar que árvore é esta pintada em primeiro plano?

Faz uma pequena composição para descrever a pintura. Imagina que és o pintor Vincent Van Gogh e fala do que te inspirou para pintares o quadro, que sons se ouviam, a temperatura do ar… Começa com “Nessa noite olhei pela janela e…”

Aproveita uma noite do fim de semana, vai até uma janela ou varanda da tua casa onde possas ter uma vista do céu e das estrelas e pinta a tua própria Noite Estrelada.

Como se faz um vitral?

 

vital do Mosteiro da Batalha (fotografado por Roadrunner)

Originário do Oriente e difundido pela Europa a partir de época medieval, o vitral é uma arte de decoração caracterizada pela aplicação de vidros coloridos dispostos de forma a criarem representações de cenas religiosas, figuras fantásticas inspiradas nos Bestiários.
A partir do século XIV a temática alarga-se à representação do quotidiano – cenas de trabalho, como as colheitas, ou as estações do ano.
Esta era inicialmente uma arte de cariz religioso, usada em igrejas e catedrais, como forma de decoração, de iluminação do espaço e até mesmo como elemento de instrução religiosa a uma população que desconhecia o latim, língua em que eram professadas as missas. Ao longo do século XVI o uso do vitral caiu em desuso.
Na época Romântica – finais do século XIX – surge um revivalismo pelo gótico e pelo uso do vitral que recriar, também, cenas mitológicas e elementos naturalistas, na fase de Arte Nova e Arte Déco.

Como se faz um vitral?

São várias as técnicas que foram sendo usadas ao longo dos tempos para produção de vitrais, sendo a mais tradicional a que emprega guias ou filetes em chumbo, de secção em U ou em H, como suporte das peças de vidro colorido que o compõem. A coloração dos vidros é obtida através da adição de óxidos de vários metais – o vermelho a partir do cobre e do ouro, o amarelo e verde a partir do ferro, e os azuis a partir do cobalto – enquanto o vidro ainda se encontra moldável.
Segundo esta técnica, primeiro o artista faz um esboço do vitral que pretende realizar, tendo em conta a dimensão e o formato do espaço a ocupar. Posteriormente elabora os filetes de chumbo em tamanho real, bem como um desenho, a partir do qual serão cortados as peças em vidro. Os pedaços cortados a partir do desenho padrão são então colocados sobre o vidro da cor desejada e, em seguida, utilizando um martelo de ponta afiada ou uma roda de corte, este é cortado para a sua forma final.
Esta é a técnica utilizada já desde época medieval, contudo, posteriormente foram desenvolvidas outras que permitiam a elaboração de vitrais mais leves, de fabrico menos dispendioso, de manutenção mais fácil e mais duráveis.


Lápis & Pincéis

Esta semana propomos que criem um vitral em papel, usando uma técnica ” semelhante” à usada na criação dos verdadeiros.
Imprime a imagem que apresentamos no pdf, ou então inspira-te nela e cria um modelo de vitral numa folha A4 ou A3. Copia por cima do desenho com um papel vegetal.
Agora que tens a imagem transparente, vira o papel vegetal ao contrário e repassa o desenho em cima de uma cartolina preta, deixando uma margem de alguns milímetros entre cada “vidro”. Se reparares ficaste com várias marcas impressas na cartolina. Recorta seguindo essas linhas de forma a manteres as linhas internas a preto com alguma espessura, como as que vês nos vitrais.
Volta a pegar no 1º vegetal e podes continuar o trabalho seguindo duas técnicas. Podes voltar a usar esse desenho como “papel químico” e, recorrendo a outros papéis vegetais ou a papel celofane colorido, podes marcar as formas a recortar, cortá-las e colá-las na traseira da cartolina preta, montando assim o teu vitral. Ou então opta por uma técnica mais “batoteira”, que é a de colorir esse vegetal com lápis ou caneta para posteriormente o colares na parte de trás da cartolina preta.

Material: 1 adulto, 1 tesoura, 1 tubo de cola, 1 lápis preto, 1 cartolina preta A3 ou A4, 1 papel vegetal do tamanho da cartolina, vegetais ou celofanes coloridos, lápis de cor ou canetas.

Esta actividade pode também ser descarregada aqui.